A ciência como uma vela no escuro (Carl Sagan)

Nos séculos 18 e 19, as mentes de brilhantes pessoas transformaram o mundo que conhecemos. O mundo saia do antropocentrismo e misticismo para iniciar uma nova era baseada no método científico. O antropocentrismo recebeu três derradeiros golpes, o primeiro dado por Newton (que provou que não estamos no centro do universo), o segundo dado por Darwin (que provou que não somo criados por Deus e que somos como qualquer outro animal) e o último dado por Freud (que desmascarou nosso egocentrismo). Mesmo assim, muitos humanos preferem negar a ciência, os fatos e o método científico, para se agarrar ao misticismo, pseudociência e a fé religiosa. Este blog tem como objetivo, divulgar a ciência, falar sobre ateísmo e religião e instigar o senso crítico. Aqui a ciência será colocada como uma vela que foi acesa com o objetivo de afastar a escuridão.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Adeus a Alexandre Peixoto

Nunca foi meu objetivo colocar aqui notas de falecimento de pesquisadores. No entanto, o Alexandre não era apenas um grande colega de trabalho, mas também uma pessoa pela qual eu tenho profunda admiração, sendo considerado por mim um dos melhores pesquisadores brasileiros da atualidade. A morte dele foi de uma grande tristeza para amigos e colegas de trabalho e reproduzo abaixo a nota de falecimento do site do Instituto Oswaldo Cruz.


Adeus a Alexandre Peixoto

A perda de um exemplo de dedicação à Pesquisa e ao Ensino, de um pesquisador jovem e brilhante: é assim que o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) vivencia a triste notícia do falecimento de Alexandre Afrânio Peixoto, ocorrida no dia 10 de fevereiro em um trágico acidente. A saudade prematura deixou absolutamente consternada a comunidade do Instituto. A missa de sétimo dia foi realizada na paróquia Nossa Senhora de Copacabana (Rua Hilário de Gouveia, 36 - Copacabana), no dia 16 de fevereiro, às 9h. 

Especialista em genética de insetos, Alexandre era chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Insetos e atual coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular do IOC. Na carreira abreviada de forma abrupta, Alexandre acumulava o reconhecimento como pesquisador Nível 1A e líder do grupo de pesquisa em Genética Molecular do Comportamento em Insetos junto ao Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), além de ter recebido reconhecimento internacional por meio das edições 2002 e 2007 do Programa Internacional de Pesquisa Acadêmica do Instituto Médico Howard Hughes.

Sob sua liderança, o Laboratório de Biologia Molecular de Insetos do IOC atuava em pesquisas sobre insetos vetores de doenças tropicais, com ênfase na genética molecular e evolutiva do comportamento de flebotomíneos (vetores das leishmanioses) e de mosquitos vetores da dengue, febre amarela, filariose e malária. Os pesquisadores investigam complexos de espécies crípticas de insetos vetores e o possível papel de genes que controlam o comportamento no processo de especiação, com ênfase nos mecanismos de isolamento reprodutivo. Também é realizada a análise de genes que controlam os ritmos circadianos, previamente caracterizados em Drosophila, e as funções desses genes no controle dos ritmos de atividade e alimentação em flebotomíneos e mosquitos.

Bacharel em Ecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Alexandre formou-se mestre em Ciências Biológicas, concluiu o doutorado em Genética na University of Leicester, no Reino Unido, e o pós-doutorado na Brandeis University, nos Estados Unidos. Revisor de mais de uma dezena de periódicos científicos, incluindo Plos One e Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, era membro do Conselho Editorial da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. Autor de mais de 70 artigos científicos, formou 18 mestres e 14 doutores. Em 2011, assumiu o desafio de coordenar o tradicional Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular do IOC.

O pesquisador deixa esposa e dois filhos.

(Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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