Nos séculos 18 e 19, as mentes de brilhantes pessoas transformaram o mundo que conhecemos. O mundo saia do antropocentrismo e misticismo para iniciar uma nova era baseada no método científico. O antropocentrismo recebeu três derradeiros golpes, o primeiro dado por Newton (que provou que não estamos no centro do universo), o segundo dado por Darwin (que provou que não somo criados por Deus e que somos como qualquer outro animal) e o último dado por Freud (que desmascarou nosso egocentrismo). Mesmo assim, muitos humanos preferem negar a ciência, os fatos e o método científico, para se agarrar ao misticismo, pseudociência e a fé religiosa. Este blog tem como objetivo, divulgar a ciência, falar sobre ateísmo e religião e instigar o senso crítico. Aqui a ciência será colocada como uma vela que foi acesa com o objetivo de afastar a escuridão.
Segue a segunda parte da série de vídeos sobre as evidências evolutivas. Neste vídeo é discutido como a sequencia de fósseis e a existência de órgãos vestigiais são melhores explicados quando visto a partir da evolução.
O registro fóssil é ótimo para nos ajudar a explicar a
evolução, especialmente quando observamos fósseis de transição (algo que possui
características de ave e de réptil ao mesmo tempo). Mas apenas encontrar os
fósseis de transição não é o suficiente, eles também devem satisfazer os testes
de sequência, ou seja, a idade do fóssil deve combinar com a transição da forma
primitiva até a forma moderna.
Datar os fósseis é um processo relativamente simples, usando
vários métodos para determinar e confirmar a idade. Alguns cuidados devem ser
tomados para confirmar que as datas são as mais antigas aparições de cada
fóssil já que não existe razão para uma forma transicional ser extinta antes de
uma forma moderna aparecer. E não há razão para uma forma bem-sucedida não
poder resistir longos períodos de tempo com poucas mudanças. Como o crocodilo
moderno, que está assim há 100 milhões de anos; e a barata, que mantém a forma
há 280 milhões de anos.
Se considerarmos nosso exemplo de réptil-para-passaros e datarmos
as formas intermediárias nós veremos que eles estão precisamente na ordem
correta. Uma visão mais ampla também passa na sequência de testes. Procariotos
aparecem primeiro, seguidos de esponjas e estrelas-do-mar, seguidos por peixes,
anfíbios, répteis e mamíferos. Vamos falar sobre isso depois, em outro post.
No exame da estrutura dos organismos, nós frequentemente
encontramos órgãos que não tem função ou tiveram uma funcionalidade modificada,
completamente descaracterizada com a estrutura. Por exemplo, asas são
estruturas complexas especificamente adaptadas para o vôo. Então por que
avestruzes possuem asas? A asa de uma avestruz certamente não é inútil para
ela, mas certamente são inúteis como asas. Os olhos cegos de uma toupeira,
peixes das profundezas e salamandras são facilmente explicados com referência
aos seus ancestrais que tinham necessidade dos olhos. Cobras são claramente
descendentes de répteis de quatro patas. A maioria das cobras ainda carregam
vestígios de bacias escondidos sobre a pele. Essas bacias inúteis não são
sequer ligadas à estrutura vertebral, mas simplesmente estão soltas na cavidade
abdominal. Vários lagartos "sem patas" carregam vestígios de patas
rudimentares dentro da pele, indetectável do lado de fora (o mesmo acontece com
algumas baleias).
O dente-de-leão se reproduz sem fertilização, mesmo assim
eles ainda possuem flores e produzem pólem, inútil para o dente-de-leão, mas
não para seus antecessores. Vários besouros do esterco ainda carregam asas
completas do seu antecessor, mas as carregam dentro de sua "casca de
asa" fundida. Os ancestrais herbívoros dos humanos são responsáveis por
nosso inútil dente siso e nosso apêndice. E nosso cóccix é um resto do nosso
desenvolvimento, nos ligando a nossos ancestrais que tinham rabos externos.
Não existem estruturas vestigiais que não fossem úteis e funcionais
em nossos antecessores. Todos os órgãos vestigiais fazem sentido apenas na
estrutura da evolução. E, é claro, nunca encontramos órgãos vestigiais que vão
contra a evolução! Nenhum mamilo em anfíbios, ou vestígios de penas em
mamíferos. Nenhum primata carrega vestígios de chifres ou asas degeneradas e não
encontramos artrópodes com espinha dorsal.
Se criaturas evoluíram uma das outras, deve haver uma trilha
geográfica. Marsupiais são um bom exemplo. Com poucas exceções, marsupiais
habitam Austrália. O gambá e algumas espécies sul americanas são explicadas
pelo afastamento dos continentes. A América do Sul e a Austrália eram
conectadas e foram separadas apenas DEPOIS dos marsupiais evoluírem. Não é
interessante? Igualmente, mamíferos com placentas virtualmente não existiam na
Austrália até que nós os introduzirmos lá. A América do Sul, África e Austrália
possuem dipnoicos, pássaros struthioniformes como as avestruzes e emas, no qual
não existem em nenhum outro lugar. Os parentes mais próximos dos humanos são os
grandes primatas indígenas da África então não é nenhuma surpresa nós
encontrarmos nossa origem lá também.
Testes feitos em partes particulares vestigiais mostram
similaridades na estrutura porém, diferenças nas funcionalidades. Se as
espécies evoluíram umas das outras, as novas espécies devem sempre possuir
membros e órgãos de seus ancestrais. Se nós examinarmos a estrutura dos ossos
nas mãos dos primatas, nas asas de morcegos, pássaros e pterossáuros, nas
nadadeiras de baleias e asas de pinguins, nas patas dos cavalos, toupeiras e
sapos, descobriremos que eles TODOS tem os mesmos ossos nas mesmas posições
relativas.
O diagrama de árvore claramente demonstra porque espécies
diferentes possuem esta mesma estrutura. É porque eles têm descendentes comuns
que possuem estas estruturas. Os dados de fósseis também confirmam esta
conclusão já que eles fornecem uma progressão cronológica de formas
intermediárias. Nós ocasionalmente encontramos explicações para o que parece
ser um design mal feito, trilhando a origem da estrutura dos corpos de nossos
ancestrais.
Os vasos respiratórios e gastrointestinais dos mamíferos
cruzam um com o outro, então nós não podemos respirar e engolir
simultaneamente. Por que essa anatomia mal feita existe? Um antigo antepassado,
um dipnoico, engolia ar para respirar (alguns peixes da Amazônia fazem isso) e
a bexiga que segurava o ar foi o precursor dos nossos pulmões. Mesmo isso nos
causando problemas, humanos herdaram este design com a boca conectada com ambos
sistemas digestivos e respiratórios. Não é interessante? E surge a pergunta: Se
nós tivéssemos sido criados separadamente dos peixes (ou seja, não tivéssemos evoluído
a partir de peixes) seria muito melhor não possuirmos um sistema respiratório
destes, não é?
A biologia, a anatomia, a medicina, a vida, fazem muito mais
sentido quando vistas de um ponto evolutivo!
Todos estes exemplos são apenas uma parte das evidências.
Continuarei discutindo isso nos outros vídeos.
Encontrei este ótimo vídeo que fala sobre as evidências da evolução. São seis partes e em cada semana postarei uma parte.
Nesta primeira parte o vídeo dá uma introdução ao assunto e já discute como usamos características em comum para agrupar as espécies, e como esse agrupamento é muito preciso e, sempre leva a um ancestral em comum. O vídeo também mostra o exemplo dos ossos do nosso ouvido e como eles evoluíram a partir de ossos na mandíbula dos répteis.